O avanço dos investimentos sustentáveis no Brasil e na Amazônia depende cada vez mais da capacidade de entender os riscos e oportunidades associados aos territórios. Informações estruturadas sobre as dimensões ambiental, social, econômica, institucional e de segurança permanecem escassas, criando barreiras ao financiamento e à implementação de negócios de alta integridade.
Para colmatar essa lacuna e apoiar a tomada de decisão informada por investidores e empreendedores, o Green Bridge Facility (GBF), incubado pelo Instituto Igarapé, em parceria com o Nature Investment Lab (NIL), lançou o Manual de Risco Territorial — um guia inovador que oferece uma metodologia prática para diagnosticar e gerenciar riscos territoriais no Brasil.
Por meio do GBF e com o apoio técnico do NIL, o Instituto Igarapé desenvolveu essa ferramenta para ajudar empreendedores e implementadores de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) a entender, avaliar e endereçar os riscos sistêmicos nos territórios onde atuam. O manual combina dados públicos, evidências de campo e abordagens participativas em cinco dimensões principais: ambiental, social, de segurança, econômica e institucional.
Voltado para profissionais que atuam em restauração florestal, agricultura regenerativa e bioeconomia, o manual adota uma abordagem em nível municipal, oferecendo listas de verificação, fontes de dados, estudos de caso e recomendações práticas para orientar o planejamento, a due diligence e a execução do projeto. Seu objetivo é avaliar os riscos que se estendem além do local do projeto – incluindo degradação ambiental e desmatamento ilegal, conflitos sociais e violações de direitos, presença de redes criminosas e violência, bem como fragilidade econômica, falta de infraestrutura e governança fraca ou ineficiente.
Com base em entrevistas e pesquisas com membros do NIL, a publicação fornece orientação prática sobre a integração da análise de risco territorial ao longo de todo o ciclo do projeto, conectando tendências em larga escala à tomada de decisões operacionais. Também destaca como os desafios sistêmicos nos territórios onde os projetos de SbN operam podem comprometer os resultados de longo prazo e a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que adverte que iniciativas mal projetadas podem exacerbar ainda mais as vulnerabilidades locais.
Às vésperas da COP30 no Brasil, o manual convida investidores e empreendedores a darem o exemplo, implementando projetos de alta integridade com impactos territoriais positivos. Reforça a importância de fortalecer a governança da terra e os sistemas nacionais de dados, ao mesmo tempo em que incentiva a criação de clusters de negócios verdes para expandir a escala e a resiliência das Soluções Baseadas na Natureza.
Para obter mais informações, explore os relatórios Transformando a Economia na Amazônia e o Documento Estratégico 64: Dinâmica do Ecossistema de Crimes Ambientais na Amazônia Legal Brasileira, que complementam a abordagem do manual, fornecendo um contexto mais profundo sobre os desafios e oportunidades territoriais.